Não há como negar: Sergipe está se transformando em um território sem lei! Estamos diante de um cenário de guerra, onde semanalmente os registros de homicídios contabilizados nos levam a patamares de uma zona de confronto. Os bandidos, tamanha audácia de alguns, parecem ter perdido de vez o respeito pela autoridade policial e agem a qualquer horário ou em qualquer lugar, sem pudores, sem temores. Os estouros a caixas eletrônicos em agências bancárias no interior, por exemplo, virou rotina. A polícia, dia desses, chegou a anunciar uma quadrilha que cometia esses delitos. Parece que o problema não foi equacionado. De lá para cá, outras agências já foram destruídas pela ação dos marginais.
Para fazer Justiça, não vou apenas responsabilizar o secretário Mendonça Prado, até porque ele assumiu o comando da SSP em janeiro e não pode pagar pelos erros dos gestores passados. Como a violência em Sergipe vem aumentando desde 2010 (isso é estatisticamente provado), este colunista também responsabiliza aqui o ex-secretário João Eloy e toda a sua equipe de liderados que não foram eficientes para conter esse crescimento. E, pelo visto, o secretário atual também não consegue resolver. Mendonça tem ideias modernas, mas demonstra desconhecer a Pasta, sem contar que a “modernidade” passou longe da estrutura da SSP em Sergipe.
É preciso responsabilizar também o governador Jackson Barreto (PMDB), que diga-se de passagem, está muito bem seguro, curtindo suas férias na Itália. O chefe do Executivo confiou a Mendonça Prado a responsabilidade pela Segurança de todos os sergipanos. Um advogado brilhante, um parlamentar excepcional, mas que na prática, demonstra que era muito bom apenas no discurso, em especial, cobrando dos governos dos outros. Além dos estouros a caixas eletrônicos, diante de algumas medidas de segurança dos bancos, os bandidos decidiram atacar as agências em plena luz do dia, em praticar assaltos relâmpagos a gerentes e até a saquear carros-fortes, antes que os mesmos abasteçam os pontos de atendimento. É o que podemos chamar de “resposta dos bandidos”.
Além desses crimes, o tráfico de drogas continua imperando em Sergipe. Diariamente, vítimas deste submundo têm suas vidas ceifadas. Por mais que as polícias atuem para conter a venda e o consumo de entorpecentes, tropeçam em uma estrutura deficitária, em um efetivo reduzido e na falta de estratégia daqueles que fazem a SSP. O descrédito na autoridade policial é tamanho que ontem a noite, durante o confronto entre Confiança e Vila Nova (GO), pelo Campeonato Brasileiro de Futebol na Série C, em Aracaju, membros de uma torcida organizada chegaram a disparar torpedos contra integrantes de outra torcida que estavam detidos na porta da Delegacia Plantonista! É isso mesmo! Foguetes foram lançados contra o prédio que era a base da autoridade policial naquele momento.
A “onda de violência” que toma conta de Sergipe ganhou novos “capítulos” na semana passada, quando um adolescente de 16 anos, aluno de uma escola da rede pública estadual, em Aracaju, insatisfeito com algumas medidas corretivas da diretora da unidade de ensino, passou a agredi-la com socos e pontapés, além de atentar contra a sua vida com uma caneta. O mais grave é que este não foi apenas um caso isolado. Professores, servidores e alunos da rede pública vivem assustados com tantas ameaças e agressões nas escolas, com a falta de segurança nos prédios. Prova clara da total falta de planejamento deste governo que mais se preocupa com publicidade do que com ações efetivas. A tensão é eminente nas escolas sergipanas.
Em resumo, não quero aqui responsabilizar “ A” ou “B”, mas entender que se existe um problema, se os resultados não aparecem, então é hora de o governo buscar “oxigenar” as coisas, apostar em outros nomes. A violência chegou chegando e o efetivo policial já não consegue conter o avanço do crime organizado. A sensação de insegurança se instalou por onde quer que você ande. É preciso que o governador Jackson Barreto comece a rever alguns nomes do Comando da Secretaria de Segurança Pública ou, se for o caso, promover uma mudança em todo o Comando! O que não dá para persistir é a falta de ação, a falta de energia para ir ao combate. Já passou da hora de ficar apenas no discurso. A SSP de Sergipe requer ação imediatamente...
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