segunda-feira, 20 de julho de 2015

Eduardo Cunha e Renan Calheiros, juntos, podem travar governo Dilma de vez e abrir o caminho para o PDMB!

O cenário político brasileiro atravessa mudanças que ainda precisam de tempo para serem avaliadas. É preciso ter paciência para acompanhar os reflexos da decisão do presidente da Câmara Federal, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), que rompeu politicamente com o governo da presidente Dilma Rousseff (PT). É sabido que em muitas posições no Congresso Nacional, Cunha sempre teve o apoio do presidente do Senado e seu correligionário, senador Renan Calheiros (PMDB/AL). Politizando faz a leitura que os dois atuando politicamente em perfeita sintonia no Legislativo, o Executivo terá sérias dificuldades para governar, sobretudo, pelo excesso de fiscalização a que estará submetido.

É preciso enfatizar que, apesar de o governo reclamar, apesar de existir uma clara politização dos fatos, quando o Executivo é muito bem fiscalizado pelo Legislativo, normalmente, quem sai ganhando é o povo! Aí um governista defensor da presidente Dilma vai dizer: “só estão fazendo isso para que o PMDB possa assumir o comando do País!”. É fato! É óbvio que os peemedebistas que chegar ao topo, mas, convenhamos: qual partido da base aliada do governo não gostaria de suceder a presidente? Qual partido até mesmo da oposição não gostaria ter em suas “mãos” o comando do País? E a análise que se faz é que Cunha e Renan podem ter um papel importante no processo de mudança, impondo um “ponto final” a “era PT”, que vai completar 16 anos na presidência da República.

Não está em discussão o que é melhor ou pior para o País, mas os encaminhamentos que estão sendo dados para uma “mudança” propriamente dita. Mas após o anúncio de Eduardo Cunha, na sexta-feira (17), muitos questionaram: e quem é esse Cunha? Qual a importância dele no cenário político, na disputa entre governo e oposição? Eduardo Cunha é um grande articulador, um daqueles profissionais da política, que podem não ser tão populares, mas que se sobressaem pelo espírito de grupo, de liderança e pela racionalidade com que trata a política. Desde então, só se fala nisso, nos bastidores da política nacional e até internacional.

Questionado por muitos, acusado de pressionar a presidente da República para atender seus pleitos, Cunha sabiamente adotou uma postura ofensiva, mas de defesa dos interesses do seu PMDB, do seu grupo, da maior bancada do Congresso Nacional. Isso cativou os deputados, em especial, os governistas, que cansaram de “mendigar” no Palácio do Planalto e enxergaram em Cunha numa alternativa de serem mais prestigiados e valorizados. Além de abraçar seu grupo, o presidente da Câmara conquistou apoios importantes de outras legendas, como um PSC, por exemplo; há espaço para todos no Congresso e hoje ele tem um grupo que o blinda de qualquer ofensiva do governo.

Mas outro aspecto pesou muito para a ascensão de Cunha: ele simplesmente decidiu ouvir “as vozes das ruas”. Nem precisou se esforçar muito: colocou em tramitação temas polêmicos e de grande aceitação e discussão popular, como a redução da maioridade penal, a reforma política e, sobretudo, o corte de gastos do governo federal, com a redução de Ministérios, por exemplo. A “dobradinha” com o presidente do Senado, Renan Calheiros, também pesou decisivamente. Hoje eles falam pelo PMDB e praticamente colocaram em um segundo plano o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB/SP), que, aparentemente, é “voto vencido” dentro do partido.

A decisão de romper com o governo federal é por demais importante para o cenário político nacional. Dilma Rousseff vem de uma vitória bastante apertada frente ao senador Aécio Neves (PSDB), em 2014, e atravessa um momento de completo descontrole econômico. Tanta instabilidade gera desconfiança e descrédito ao governo, cuja popularidade segue ladeira a baixo. A única coisa que pesava a favor da petista era o suporte do Congresso Nacional que, ao que parece, ela não terá mais. Sendo assim, ou a petista encontra uma “carta na manga” ou verá um dos melhores “jogadores” do Congresso lhe aplicar uma derrota definitiva...

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