domingo, 5 de julho de 2015

Jackson Barreto e Sintese gastam dinheiro dos trabalhadores em vão e Governo abre precedente perigoso em Sergipe!

Politizando, desde sempre, defendeu a manutenção ao extremo do diálogo entre o governo do Estado e os Sindicatos dos Trabalhadores, como o Sintese (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Sergipe), por exemplo. Os professores iniciaram sua paralisação em meados de maio e passaram 19 dias de Junho fora da sala de aula, mesmo descumprindo uma decisão do Tribunal de Justiça que julgou pela ilegalidade da greve. Este colunista questionou a forma como o governador Jackson Barreto (PMDB) vinha se comportando em relação aos trabalhadores. Com profundo desdém, diga-se de passagem. Estava em discussão o pagamento do piso do Magistério, que é uma conquista da categoria fruto de uma lei federal.

Em meio a tantos conflitos, tantos manifestos dos trabalhadores, o governo perdeu de vez a paciência com o Sintese e anunciou, publicamente, que cortaria o ponto dos professores faltosos, que não foram às salas de aulas, exercerem suas atividades. Ainda assim, Politizando defendeu que o diálogo entre as partes não deixasse de ser estabelecido. Havia a necessidade de que o bom senso prevalecesse. Infelizmente, o governador não entendeu desta forma e decidiu pelo corte do ponto dos professores. Ontem, para a surpresa de toda a sociedade, e talvez até dos trabalhadores, o Executivo anunciou que não descontaria dos salários os 19 dias não trabalhados em Junho. Agora, como perguntar não ofende, se não iria descontar, por que não dialogou antes e buscou um acordo para a volta às aulas?

Em síntese, os alunos da rede pública estadual ficaram completamente prejudicados em 2015. E tanto os professores quanto o Governo do Estado são responsáveis por isso. A categoria não respeitou a decisão judicial e não retornou às salas de aula. Mantiveram a greve a todo custo, sendo que poderiam encontrar outra forma de protestar, sem que prejudicasse os estudantes. Talvez pela certeza da impunidade. Por sua vez, o governador Jackson Barreto desdenhou o quanto pode dos trabalhadores, disse que não podia pagar o piso, alegando dificuldades financeiras extremas e não dialogou. Recorreu ao Judiciário para por fim à greve e não teve habilidade para negociar com a categoria. Agora decide não punir os professores, estabelecendo um conceito que a greve era legítima e que os alunos não são prioridade.

Para que os leitores de Politizando entendam a linha de raciocínio deste colunista o problema não foi resolvido. Os professores continuam sem receber o piso do magistério e já programam novas manifestações; o Governo do Estado não teve energia de punir os faltosos e nem dá garantias que os alunos não serão prejudicados. Este é o cenário da política de Educação do governador Jackson Barreto e do secretário Jorge Carvalho. Este último, inclusive, quando assumiu a Pasta, chegou a compará-la com o “inferno” no início do ano. Pelo visto, se tem alguém queimando neste “calor todo”, certamente são os alunos, que estão com o ano letivo praticamente comprometido. Por mais que as aulas sejam restabelecidas, a qualidade de ensino já está comprometida.

Por fim, Politizando chama a atenção da sociedade para dois aspectos muito importantes: primeiro que o Sintese gastou mais de R$ 300 mil com a paralisação iniciada em maio e que prosseguiu até meados de junho. Estamos falando de dinheiro de contribuições dos professores que foi usado para custear todas as despesas de uma paralisação que, efetivamente, não apresentou resultado algum; por sua vez, e ainda mais grave, o Governo do Estado, gastou um montante ainda desconhecido, em especial com mídia, com comunicação, para cobrar o retorno dos professores ao trabalho, e até, indiretamente, para “queimar” a categoria junto à sociedade.

Outro aspecto relevante nesta discussão é o precedente perigoso aberto pelo Governo do Estado quando decide não punir os professores que não retornaram às atividades mesmo com uma decisão judicial contrária. Na avaliação de Politizando, todo sindicato que entender ser necessário paralisar suas atividades, por tempo indeterminado, para protestar contra o governo, não poderá ter mais seus salários descontados pelo Executivo. Por mais que o governador acione o Poder Judiciário, e este decida pelo retorno ao trabalho, caberá ao sindicato apenas o débito com a Justiça. Com o precedente dado agora aos professores, nenhuma outra categoria poderá ter seus salários descontados em caso de paralisações. Em síntese, quem perde sempre é o povo. Além de pagar a “conta alheia”, também fica privado de um serviço público eficiente.

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