Não tenho outra avaliação a fazer: o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu, de uma vez por todas, o controle financeiro e até o senso. O pior é que após tantas denúncias de corrupção, tantos desmandos em que quase “quebraram” a Petrobras, com bilhões e bilhões da estatal financiando campanhas eleitorais e indo para os bolsos e contas dos médios e grandes empreiteiros do País, nós é que ainda temos que pagar a conta! O trabalhador brasileiro, aquele mesmo que em média trabalha, de segunda a sexta, de oito a 10 horas por dia, além do sábado, poderá ter seu salário cortado em até 30% para ajudar o governo federal a reduzir os gastos com seguro-desemprego no País.
A verdade precisa ser dita: o governo da presidente Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, está batendo uma série de recordes negativos e um deles é o aumento assustador de desemprego no País. Para “camuflar”, o governo petista adotou uma medida “generosa” que agradou aos industriários e, até, a alguns sindicatos. Em síntese, o governo que “frear” os registros de desempregados e, para não ficar “mal na fita” com os empresários, decidiu apresentar ao Congresso Nacional uma Medida Provisória que é muito venal para os trabalhadores brasileiros. É evidente que alguns setores da mídia nacional trataram de valorizar a medida, apostando que é uma medida segura para garantir os empregos dos trabalhadores.
A proposta do governo federal permite que empresas com dificuldades financeiras temporárias reduzam a jornada de trabalho dos funcionários, em até 30% as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo empregador. Estamos falando de cortes de salários! Isso no Governo dos Trabalhadores! Isso é inconcebível E mais ainda ver alguns sindicatos, como dos Metalúrgicos de São Paulo, por exemplo, apoiarem esta medida. É evidente que o pior é ver o trabalhador desempregado, mas nós não temos o direito de sermos penalizados por um governo que planeja mal, que se corrompe fácil e que não tem um projeto administrativo eficiente para o País! Por que a presidente Dilma não anunciou um corte gradativo em seus quase 40 Ministérios?
Se o governo federal está focado em economizar nos gastos com seguro-desemprego, por que ele mesmo não dá o exemplo e faz a sua própria e racional economia? Eu conclamo que você leitor passe a questionar isso! Passe a cobrar do seu representante na Câmara Federal ou no Senado. Já pensou o precedente que o governo federal está abrindo no País? Basta um empresário conseguir provar que sua empresa não vai “bem das pernas” para ele propor um corte considerável nos salários dos trabalhadores? Aí você resolve o problema do empresário e sacrifica quem trabalha? Quem movimenta a economia? Será que os preços dos produtos estarão 30% mais baratos nas prateleiras dos supermercados? Será que os remédios estarão até 30% mais baratos?
A quarta-feira (8) que é feriado estadual em Sergipe está se acabando, mas o governo federal atingiu uma inflação acumulada em 12 meses de 8,89%, a maior desde dezembro de 2003, no início do primeiro governo do ex-presidente Lula (PT). É um cenário muito complicado para quem já tem um salário comprometido com alimentação, transporte, roubas e filhos. Ao invés de fazer um aceno para os empresários, o governo que se diz “dos trabalhadores”, tinha a obrigação de “cortar na carne”, mas fazer de tudo para preservar quem trabalha. O correto não é impedir que trabalhadores sejam demitidos, mas construir uma estrutura econômica que estimule o empresário a contratar, a investir em mão-de-obra. E qual a garantia que, após 12 meses, o empregador vai retomar os salários originários de seus funcionários?
Em síntese, a imprensa verdadeiramente descomprometida com os governos e focada na defesa dos reais interesses da sociedade tem a obrigação de fazer esse alerta! Não podemos ser complacentes antes essa afronta aos direitos dos trabalhadores. Não podemos pagar pela “roubalheira alheia”! É preciso que os nossos deputados federais e senadores adotem uma postura crítica a este projeto que poderá ser danoso para um histórico de conquistas de trabalhadores ao longo do último século. Se o governo quer economizar, dê o exemplo, corte gastos e apresente soluções para tornar nossa economia mais competitiva. Este modelo é a cópia do que é implantado na Alemanha. A diferença é que eles estão no 1º Mundo e nós ainda lamentamos o 7 a 1 do ano passado, ou seja, a diferença é enorme!
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