Advogados do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu entraram, na manhã
quinta-feira, com um habeas corpus preventivo para que ele não seja
preso na Operação Lava-Jato. A petição foi apresentada ao Tribunal
Regional Federal da 4ª Região, em Porto Alegre.
Alegando que o petista está na “iminência de sofrer constrangimento
ilegal”, a defesa do ex-ministro - liderada pelo advogado Roberto Podval
- pede que o tribunal conceda “ordem de habeas corpus, evitando-se o
constrangimento ilegal e reconhecendo o direito do paciente de
permanecer em liberdade”.
— A gente achava que era possível, na verdade mais do que possível (a
prisão do ex-ministro). Pelas informações que nos chegaram pela
imprensa, a prisão era anunciada devido ao próprio mecanismo usado pela
Polícia Federal e pela Justiça Federal. Todos os outros (citados)
tiveram a prisão decretada. E a gente decidiu que não iria ficar passivo
aguardando uma ilegalidade acontecer — disse Podval.
Em 40 páginas, a petição descreve a carreira política de Dirceu e
adota um tom dramático ao falar sobre o medo de prisão que tem
acompanhado o ex-ministro desde que o seu nome aparecer nas
investigações da Lava-Jato.
O documento começa com uma citação denominada “A Tirania do Medo”, do
filósofo e matemático galês Bertrand Russell. Na sequência, também é
reproduzida a pergunta publicada na quarta-feira no site dos jornalistas
Diogo Mainardi e Mário Sabino: “Dirceu será preso nesta semana ou na
próxima?”
Podval disse que, ao consultar Dirceu sobre a ideia do habeas corpus,
o ex-ministro não manifestou preocupação com a possibilidade de os
adversários políticos usarem o fato como uma confissão de culpa.
— Sou advogado e não político. Minha visão é pragmática com relação à
Justiça. Há um risco de prisão, ainda que ilegal e injusta — afirmou o
defensor.
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