segunda-feira, 6 de julho de 2015

Aécio Neves dá continuidade à sua “linha de discurso”; PSDB se mantém sólido e oposição nunca esteve tão unida como agora!

Terminado o pleito eleitoral em 2014, quando por muito pouco não chegou à sonhada presidência da República, o tucano Aécio Neves (PSDB/MG) não se esquivou do resultado, não “acusou o golpe” e nem recuou. Naquele momento de “derrota nas urnas”, o ex-governador de Minas Gerais encontrou forças e sabedoria para não só se manter “vivo politicamente” e competitivo, mas para ficar numa posição de liderança de uma parcela significativa da sociedade que não queria a continuidade do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Diferente do que fizeram José Serra (PSDB/SP) – em 2002 e em 2010 – e Geraldo Alckmin (PSDB/SP), em 2006, Aécio assumiu uma condição, reafirmou seus compromissos e defendeu não uma oposição “raivosa”, mas propositiva e fiscalizadora.

Me atrevo a afirmar que Aécio Neves está “surfando” na “marola” do governo do Partido dos Trabalhadores que conseguiu desestabilizar, de uma vez, todo o sistema econômico do País. Já não é novidade para ninguém que o real está desvalorizado ante o dólar, sempre cotado acima dos R$ 3; que a inflação está nas alturas, assim como nossa taxa de juros; o brasileiro perdeu o poder de compra e só vai ao supermercado comprar o necessário. O comércio sente a queda nas vendas e a indústria já demite em massa. Toda essa instabilidade representa aumento nos preços, queda no consumo e redução na produção. Temos uma realidade preocupante tanto para importações quanto para exportações. Tudo isso gera discursos e mais discursos para a oposição.

E o que mais pesa Aécio Neves, além dos problemas do governo petista, é o que se pode chamar de unidade dentro do PSDB. Há quem diga que um dos principais fatores determinantes para a derrota do tucano nas urnas, em 2014, foi sua derrota em casa, em Minas Gerais, para Dilma Rousseff. Ao que parece, Aécio começa a “arrumar as coisas”. O governo mineiro, também do PT, por enquanto, ainda não disse a que veio e com a crise nacional, facilita o trabalho do tucano junto às bases. Mas há também quem avalie que o PSDB vem sofrendo nas últimas eleições pela falta de unidade por parte dos seus dirigentes. Aliados dos tucanos Geraldo Alckmin e José Serra reclamaram de uma suposta falta de empenho de Aécio e vice-versa.

Mas o mineiro mudou o tom dessa relação. Trabalhou e conquistou a unidade do partido. Ontem fora reeleito presidente nacional do PSDB por mais dois anos. Num evento consolidado com o apoio de Alckmin, José Serra e até do ex-presidenciável Fernando Henrique Cardoso. Líderes de vários partidos também compareceram e consolidaram o nome de Aécio Neves como principal liderança de oposição no Brasil. Além do fortalecimento político, o tucano atua com inteligência para desgastar cada vez mais o governo da presidente Dilma Rousseff. Não faz a oposição raivosa ao PT, mas se contrapõe com firmeza, com denúncias sempre documentadas e sempre buscando o apoio e a atenção dos órgãos fiscalizadores. É uma nova forma de atuação.

Em síntese, diferente de outros momentos, o PSDB acerta quando se mantém unificado, quando “fecha questão” no nome de Aécio Neves e quando abre o diálogo com outras legendas de oposição. O bloco está conciso em fazer oposição ao governo petista e, aparentemente, mantém um discurso alinhado. Ainda pesa sobre o bloco a desconfiança do brasileiro, mais precisamente com os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. É preciso não apenas alinhar o discurso, é preciso ser ainda mais convincente junto ao eleitorado. Há muito tempo a oposição não se reaproximou tanto do poder como agora. É esperar até 2018 para ter certeza se a estratégia foi certa ou errada...

Nenhum comentário: