Um dos assuntos mais comentados ao longo da semana foi a polêmica em torno da emenda impositiva da bancada federal de Sergipe, no valor de R$ 100 milhões, no Orçamento da União de 2017, para execução de obras de reabilitação nos perímetros Propriá, Cotinguiba-Pindoba e Betume. De um lado a oposição defende o investimento com o argumento de serão realizadas obras de infraestrutura de uso comum, construção e reabilitação de canais de irrigação e implantação de adutoras de ligação entre canais de irrigação que deverão fomentar a continuidade dos resultados apresentados pela rizicultura na região.
Do outro lado, e que parece não ter gostado nem um pouco da ajuda para o Baixo São Francisco, o governador Jackson Barreto (PMDB) passou a fazer duros ataques aos senadores Antônio Carlos Valadares (PSB) e Eduardo Amorim (PSC), este último seu desafeto preferido. O chefe do Executivo acusa os parlamentares de fazerem uma espécie de “retaliação” ao seu governo quando não destinaram a emenda impositiva da bancada para a construção do Hospital do Câncer. Neste caso, este colunista intervém e pontua: já passou da hora de o governador deixar a politicagem com o câncer, que é uma doença que vem destruindo várias famílias sergipanas.
Não é de agora que este colunista tem cobrado celeridade, por parte do governo do Estado, sobre as obras do Hospital do Câncer. Há alguns anos a bancada federal sempre destina recursos para a sua realização, mas estranhamente ela nunca sai do papel! A coluna já cobrou, insistentemente, a fiscalização do Ministério Público Estadual, do Tribunal de Contas e até do Ministério Público Federal. Por que o dinheiro destinado ao hospital não é utilizado? Por que tanta demora para uma terraplanagem interminável? Quanto já foi aplicado até agora? E a licitação? Como anda? Ou melhor, por que não anda? São perguntas que não podem ficar ser respostas…
Enquanto isso, pacientes com câncer, gente pobre que depende de uma resposta imediata da rede pública, amarga a dor em filas quilométricas, em tratamentos interrompidos com frequência e com a quebra de equipamentos sucateados e completamente ultrapassados. E para a opinião pública fica um “jogo de empurra” lamentável, sobre quem divide a responsabilidade por “matar” mais vítimas do câncer. Que os recursos financeiros estão escassos, isso é uma realidade; que os repasses diminuíram, também é verdade; que a culpa não é apenas do Estado, é outra constatação; mas uma teoria absoluta é que o tratamento do câncer não é prioridade para o governador.
Se JB abraçasse esta causa, como costuma se dedicar à política, este colunista teria certeza que as obras do hospital já estariam encaminhadas. Outra coisa: a região do Baixo São Francisco, diga-se de passagem, há décadas sofre com promessas não cumpridas pelos governadores de plantão. Estamos falando de um dos maiores bolsões de pobreza do nosso Estado e que agora, mesmo por razões políticas, tem a grande chance de enxergar desenvolvimento, de colher os frutos dos investimentos. Segundo a denúncia dos senadores, muito do volume de dinheiro que fora destinado para o Hospital do Câncer no Orçamento da União já se perdeu, já foi devolvido. Há também dinheiro disponível, segundo a oposição, para a obra andar!
Mas e o que falta, senhor governador? Se muito dinheiro já foi direcionado e o hospital ainda não saiu do papel, qual o problema da Codevasf receber recursos para tentar atender uma reivindicação antiga do Baixo São Francisco? É preciso ter a coragem de se dizer a Jackson Barreto que a eleição já acabou! Que é hora de descer do palanque, de manter as “mangas arregaçadas”, mas de trabalhar por Sergipe! O câncer segue matando, dizimando famílias e onde chegará esta enfadonha e bestial discussão sobre a emenda impositiva da bancada federal? É muita energia sendo desperdiçada em política, que poderia ser aproveitada para capitalizar mais ajuda, mais apoio por Sergipe! Deixemos para 2018 a discussão política de quem fez menos ou do quem empreendeu mais…
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