domingo, 20 de novembro de 2016

Depois De Garotinho E Cabral, Lula Quer A Prisão De Moro!

Seria cômico se não fosse trágico! O ano de 2016 entrará de vez na história pela turbulência política, é verdade, mas também pelos primeiros avanços registrados para uma transformação de princípios, de conceitos, onde após algumas décadas, a classe política e aqueles que contemplam os bastidores do Poder passaram a temer por prisões, condenações, pelo fim da impunidade. A primeira vez na história da nossa democracia foi durante o regime da ditadura militar, só que naquela época através da força armada. O desgaste da classe política não era muito diferente do que temos nos dias atuais. Mas a corrupção no Brasil, que é bem antiga, diga-se de passagem, ultrapassou todos os limites do bom senso na última década e contribuiu decisivamente para que o nosso País entrasse em uma profunda recessão.

Movimentos como as “Diretas” e o “Fora Collor” entraram para a história brasileira, sobretudo, pela participação popular. No primeiro caso, as pessoas foram às ruas para exigir eleições diretas para o cargo de presidente da República e o fim do Regime Militar. No segundo caso, ante a constatação de um grande esquema de corrupção, a população se indignou e cobrou a saída do então presidente Fernando Collor do cargo de presidente da República. A juventude, em sua grande maioria, deu origem ao lendário movimento dos “caras pintadas”. Nos dois casos, o País atravessava momentos de profunda instabilidade econômica, com a inflação nas alturas.

Primeiro os brasileiros superaram um regime de governo; depois o impeachment do presidente era apenas uma questão de tempo. Os anos se passaram, tivemos as gestões de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luís Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) até os dias atuais com Michel Temer (PMDB) na presidência da República. Em todas essas gestões, o País se deparou com momentos de austeridade e teve que superar fortes problemas, seja de ordem política ou com o sistema financeiro no “vermelho”, comprometendo o crescimento econômico. Celebramos o Plano Real, vários programas sociais e um olhar diferenciado para os mais pobres. Festejamos também uma Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos.

Em contrapartida, a inflação voltou para as manchetes dos jornais, assim como o desemprego, as desigualdades sociais, a corrupção em massa e as exorbitantes taxas de juros. Políticas de auxílio aos mais pobres, aos que mais precisam, sempre foram usados como “trampolim eleitoral”. O problema é que, a cada dia, os órgãos fiscalizadores avançam mais, cobram e punem como mais frequência, muitas vezes cometem excessos desnecessários, é verdade, mas apertam determinados segmentos, especialmente a classe política. E a independência destes órgãos para atuar não é questão de orgulho para ninguém. É uma obrigação Constitucional. Até porque o que sempre é objeto da fiscalização deles é o dinheiro público, que em pequenas ou grandes proporções, sempre foi “surrupiado” ou desviado.

Está claro que em 2016 nós chegamos em um outro momento histórico para o nosso País. E não apenas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, quando mais uma vez os brasileiros foram às ruas e externaram muita indignação com o maior esquema de corrupção montando em toda a história do Brasil, quando praticamente quebraram a nossa maior estatal e uma das maiores do Mundo: a Petrobras. Tão marcante quanto a mudança na presidência da República, é a Operação Lava Jato! Ela trouxe à tona um novo sentimento de esperança para o povo, no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. Quem nunca imaginou, na “aquarela do Brasil” as prisões (e condenações) dos maiores empreiteiros do País, dos grandes políticos, doleiros e ativos operadores financeiros. Muitos dos homens mais importantes e influentes da nossa democracia estavam atrás das grades!

Isso tudo graças a um trabalho bem articulado e destemido de “várias mãos”, mas capitaneadas pelo juiz federal Sérgio Moro, que virou um “ícone” no combate à corrupção. E justamente no momento em que o País aspira por novos tempos, com as prisões dos ex-governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho (PR) e Sérgio Cabral (PMDB), na contramão da história, o ex-presidente Lula e sua família protocolam uma representação pedindo a prisão do juiz Sérgio Moro (pasmem) por abuso de autoridade! Se estivéssemos em um País sério, certamente o petista e muitos outros já estariam presos há muito tempo. A proposta de Lula beira o contrassenso, é ridícula ao ponto de soar como afronta ao bom senso e a todos nós brasileiros. Tá certo que por muito tempo viramos o “País da piada pronta”, mas desta vez, com tantas transformações, esta “provocação” não foi nada engraçada…

por habacuquevillacorte@hotmail.com

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