segunda-feira, 29 de junho de 2015

Governo JB segue bastante desgastado junto ao funcionalismo público! Pior do que o não reajuste é a falta de diálogo!

Dialogar. Bom de conversa, jeitoso, articulador político. Esse sempre foi o estilo de ação do governador Jackson Barreto (PMDB). É daqueles políticos que defendem a teoria de que “para os amigos, tudo! E para os inimigos, nada”! Esse sempre foi o jeito dele de ser. Jackson sempre foi muito importante nas campanhas eleitorais que abraçava, em especial, dentro de Aracaju. Foi assim com Wellington Paixão (PMDB), João Gama (PMDB), na reeleição de Marcelo Déda (in memoriam) em 2004, na vitória de Déda para governador em 2006, sendo ainda fundamental na reeleição de Edvaldo Nogueira em 2008 e na reeleição do ex-petista em 2010. Eu reconheco que o governador é sim, bom de voto!

Muito popular, Jackson foi decisivo em várias campanhas eleitorais pelo interior de seus correligionários. Foi prefeito de Aracaju, deputado estadual e deputado federal, chegou ao cargo de vice-governador e foi eleito chefe do Executivo Estadual em 2014. Em sua trajetória política, lhe resta o mandado de Senador da República, ideia que não pode, em hipótese alguma, ser descartada. Mas o “segredo” para todo esse sucesso, além do estilo “povão”, foi de sempre ter pesado a simplicidade de JB. Ele sempre costumou dizer que lhe via na mente, mas sempre teve o compromisso de ouvir as pessoas, sobretudo, as camadas mais pobres, mais humildes. Nem sempre gosta de ouvir certas “verdades”, mas sempre foi sensível às causas sociais. 

O mais interessante para mim é que Jackson Barreto tem mudado um pouco o seu perfil, o seu comportamento. Já governador, mas após o afastamento de Marcelo Déda e, ainda no período que antecedeu a eleição, JB se mostrava sempre solícito, determinado, disposto para percorrer vários municípios em sequencia, como um verdadeiro “trator”, buscando apoios e anunciando obras. Era um estilo totalmente diferente do atual. Candidato à reeleição, Jackson se mostrava sempre aberto ao diálogo, em especial, com os movimentos sociais, com os líderes sindicais. Prometeu tudo! O que podia e até o que não devia, mas atingiu seu objetivo: a reeleição. Hoje está sendo muito cobrado por tudo isso...

De janeiro para cá, mais precisamente, o servidor público está conhecendo um novo “Jackson Barreto”. Com uma máquina “inchada” nas mãos, o governador tem uma série de acordos e entendimentos políticos a cumprir e pouco ou quase nada pode fazer. Loteou toda a estrutura administrativa do governo com os partidos políticos de sua base aliada e ficou sem condições financeiras de pagar os salários dos servidores em dia. Pela primeira vez, na história, um governo parcelou os vencimentos do funcionalismo. Ele até conseguiu contornar a crise, pedindo a antecipação dos royalties do petróleo para pagar os salários dos servidores. Agora a “fonte secou” e o governo chegou a apelar para o fundo de recursos do Poder Judiciário, para pagar os salários, mas os magistrados retrucaram com veemência e o governo recuou. 

Agora, o Sintese, por exemplo, fez uma paralisação prolongada, acampou na porta e dentro do Palácio de Despachos, mas não teve jeito: o governador disse que não tinha condições de pagar o piso nacional do magistério e a coisa ficou por isso mesmo, ou seja, o servidor sem reajuste e professor sem piso, e Jackson Barreto não dando a “mínima”. Quanto interpelado nas manifestações, o chefe do Executivo chega a “desdenhar” e a faz pouco da miséria alheia. Não que os professores do Sintese sejam “inocentes”. Aquele é sim um sindicato politizado, uma espécie de “trampolim eleitoral” e isso é inegável. Agora a questão do piso do magistério é uma lei federal e, por mais que ela possa ser questionada, o direito do governo de Sergipe é pagar ou questionar judicialmente. 

Como se não bastasse a situação dos professores, os servidores do Detran resolveram paralisar suas atividades, como também os profissionais do Samu. Em uma reunião, essa semana, 18 representantes sindicais formalizaram um entendimento por uma greve geral em meados do mês de Julho. Em síntese, o que está ruim, pode ficar ainda muito pior. Enquanto isso, o governo segue gastando além do necessário, nomeando cargos comissionados, criando cargos na estrutura administrativa e abrigando políticos sem mandato. Existe um ditado popular bastante conhecido, que diz que “de onde se tira e não se bota (ou repõe), se acaba”. Ou o governo abre o diálogo com o servidor, ou o povo, mais uma vez, findará pagando muito caro...

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