Um dia o Renê falou que estávamos
criando um monstro dando asas para Neymar. De fato, o único monstro do
futebol brasileiro hoje.
A missão desse moleque não é justa. Ele
carrega nas costas um Romário, um Ronaldo, um Rivaldo e um Adriano
juntos. Tem de fazer tudo que os 4 fizeram pela seleção sozinho, sem
perder a linha.
A questão é que Neymar é brasileiro e no
Brasil fazer sucesso é pecado. Neymar, portanto, hoje, o maior pecador
da pátria. Basta um jogo irritado e discute-se se ele “tem ou não
equilíbrio”, entre outras barbaridades normalmente partindo de
fracassados seres humanos que jamais terão 1% da responsabilidade que o
garoto tem.
Manchete pós jogo: Neymar ta irritado.
No outro dia, Neymar tá suspenso. A tarde, Neymar teria dito “oi” pra
não sei quem, e a noite um terrível “filha da puta” que ele soltou ao
Zuniga, aquele mesmo que o quebrou na Copa.
O cara é um reality show. Não tem ser
humano preparado e estruturado pra isso aos 55 anos, imagine aos 23.
Neymar vai errar, acertar, mas o importante é que continue driblando,
errando, perdendo a linha e sendo humano. Pois é de humanos que
gostamos.
Quando leio pessoas avaliando o garoto
eu imagino um "mundo de japoneses". Todo mundo igual, vestido igual,
falando igual, com o mesmo cabelo e tendo que agir conforme um padrão
estabelecido por jornalistas frustrados por não terem talento pra jogar
bola, terem estudado 4 anos e não ganharem na vida o que o cara ganha
num jogo de poker com os amigos.
Aos 23 anos Neymar já é o quinto maior artilheiro da história da Seleção (Getty Images)
Ninguém nunca foi Neymar na história do futebol brasileiro. Porque quem prometeu, não cumpriu. E quem cumpriu não prometeu.
Ele é o primeiro garoto que prometeu aos 11 anos e cumpriu com 20. O único.
E fazer qualquer outra coisa que não apoia-lo e aplaudi-lo, hoje, é recalque.
Pra cima deles, moleque!
por Rica Perrone
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