O processo que investiga a destinação das verbas de subvenção da Assembléia Legislativa saiu dos depoimentos de testemunhas de defesa para chegar às prisões. Elas já estavam previstas desde as últimas oitivas ocorridas na semana passada, em razão de informações contraditórias ditas durante depoimento.
Nesta segunda-feira (18) foram presos a presidente da Associação Alma Nova, Clarice Jovelina de Jesus e Agenilson de Carvalho Oliveira, suspeitos de envolvimento no processo de subvenção, depois de denunciarem o esquema para uso de verbas indicadas por deputados estaduais, no período de 2014.
Presos na manhã e ouvidos no Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotap), que tem como titular a delegada Daniele Garcia, os dois confessaram que nunca ficaram com o dinheiro.
Segundo informou a delegada, aos serem ouvidos os dois presos identificaram um homem conhecido como Carlinhos, suposto funcionário da Assembleia Legislativa, responsável por movimentar o dinheiro e fazer transações.
- Nós vamos instaurar 18 inquéritos, um para cada associação para apurar a destinação desses recursos. É importante dizer que neste primeiro momento não é uma investigação contra os deputados que têm foro privilegiado e que precisam de uma autorização para serem investigados.
Daniele Garcia também esclareceu que, caso fique comprovada a participação de algum deputado, “nós vamos encaminhar para o Tribunal de Justiça e pedir que autorize a continuação das investigações para que tudo fique esclarecido”.
Os dois suspeitos presos pela Polícia não souberam explicar como R$ 2,1 milhões doados para a instituição foram gastos.
Novas prisões – O promotor de Justiça do Patrimônio Público, deputado Jarbas Adelino Santos Júnior, informou que há outro mandado de prisão que ainda não foi cumprido e adiantou que ofereceu denúncia contra essas três pessoas pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem e ocultação de dinheiro.
- Entendemos que era necessária a prisão para reaver esse dinheiro, o Judiciário aceitou nossa denúncia e pediu a prisão dessas pessoas.
Segundo o promotor, outros envolvidos no caso também podem ser presos porque os procedimentos investigatórios foram instaurados para apurar a participação de cada um deles isoladamente.
- O fato é que é uma vergonha que essas verbas de subvenções serem destinadas as associações e que nenhum real tenha sido repassado à comunidade. Isso é crime grave que pode ser configurado como peculato, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, disse.
Para o procurador, no que depender da Polícia Civil e do Ministério Público do Estado com apoio do Ministério Público Federal esse caso será apurado com rigor doa a quem doer e chegue a quem chegar.
por faxaju.com.br
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