A cada dia que passa, entendo que o “tempo é realmente o senhor da razão!”. A política é cativante, interessante, apaixonante e, muitas vezes, decepcionante. O “jogo político” pode ser comparado um tabuleiro de xadrez, onde horas uma peça está em um determinado lugar e, em outros momentos, aquela mesma “peça” passa figurar em outro ponto do jogo, muitas vezes, até do lado contrário. A nossa vida é verdadeiramente um jogo! Um jogo diário entre o vencer e o perder. Há quem entenda essa disputa como salutar e necessária para a democracia. Outros já entendem que qualquer que seja a disputa, ela divide, não soma e só traz prejuízos.
Em Sergipe temos dois cenários, duas disputas em andamento: o governo de Jackson Barreto (PMDB) trava agora uma “queda de braço”, quase uma disputa “armada” com o Sintese (Sindicato dos Profissionais em Educação da Rede Estadual de Ensino), onde cada lado trabalha para desqualificar o seu opositor, custe o que custar! O segundo “cenário” é de uma suposta “guerra branca” entre o PMDB e o Partido dos Trabalhadores. Os militantes dos dois partidos na realidade se aturam! Se suportam por necessidades mútuas. Pelo o que andei sondando, não existe mais confiabilidade entre as partes. Existe apenas a conveniência política.
E pensar que, até o afastamento do ex-governador Marcelo Déda (in memoriam) do comando do Poder Executivo, sempre o PT “dava as cartas”. Ainda com Déda adoecido, seu vice, Jackson Barreto, quando pensava em dar um passo além, sempre era repreendido pelo petista. Após o falecimento do ex-governador, ao que parece, as coisas mudaram quase que completamente. No primeiro momento nem tanto porque dois aspectos pesavam: primeiro, JB sabia que teria uma eleição difícil pela frente e que precisaria muito do PT. Segundo que o presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, Rogério Carvalho, exercia um mandato de deputado federal e mantinha bastante prestígio no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). É aí que fica a tal conveniência...
Mas voltando ao conflito Governo x Sintese, tenho muito a lamentar a postura de setores do governo que, direta ou indiretamente, permitiram o vazamento de contracheques de diretores do Sindicato nas redes sociais, com o objetivo claro de jogá-los contra a opinião pública e, talvez, até contra os professores da rede pública. E, sobre este assunto, é um festival de contradições. A assessoria da Secretaria de Estado da Educação garante que jamais o Governo disponibilizou esses documentos. Por sua vez, o governador Jackson Barreto declarou em entrevista que qualquer pessoa pode ter acesso a esses documentos pelo Portal da Transparência, o que não é bem assim, governador.
Eu não estou aqui para fazer a defesa de qualquer dirigente do Sintese ou para defender o sindicato de uma forma geral. Este colunista é sim um crítico da direção que só se manifesta em atos de reivindicação salarial e quase nunca sobre a qualidade do ensino público. Mas não é compreensivo que, sem argumentos para cumprir a lei federal do piso nacional do Magistério e sem forças para apresentar resultados satisfatórios quanto a melhoria do ensino, o governo, seja lá de que forma, use de artifícios tão grosseiros e baixos para prejudicar esses sindicalistas que, mesmo com todos os defeitos, estão defendendo a luta e o sonho de uma categoria.
Talvez a dor dos que fazem o Sintese hoje, do vereador Iran Barbosa (PT) e da deputada estadual Ana Lúcia (PT), que em 2010 estavam no mesmo palanque do então candidato a senador Eduardo Amorim (PSC), seja a de ter ido para as ruas em 2014, erguido a bandeira vermelha de luta do Sintese, do PT e do PMDB de Jackson Barreto. Mesmo com todos os problemas, a categoria votou em peso pela reeleição do governador, marcou posição contra a candidatura de Eduardo Amorim ao governo. A troco de quê? Será que valeu a pena! Eu avalio que, para o Sintese e os parlamentares deve ser doloroso ver o governo em que eles confiaram, que tinha um discurso de democracia, de diálogo, tramando contra os professores, difamando e tentando desmoralizar seus diretores e representantes. Quem diria! É o tempo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário