DIÓGENES BRAYNER – plenario@faxaju.com.br
As pesquisas não deveriam ser publicadas nos 15 dias que antecedem ao pleito. Elas não são confiáveis. Isso vem sendo repetido quase que diariamente nesse espaço. As duas pesquisas anunciadas ontem – Ibope e Única – ofereceram dados próximos. O que não poderia ser diferente, levando em consideração o mesmo momento de avaliação e dentro da tese de que pesquisa é o resultado do momento, os percentuais das duas não poderiam ser diferentes.
Mas tem que se levar em consideração que houve vazamento. Pelo menos os do Instituto Única. Foi cantado e decantado nas redes sociais, de que seria empate. Aconteceu. E daí? Talvez por falta de cuidado para segurar o sigilo que se exige num momento deste. A internet hoje destrói segredos e, quem teve acesso à tabulação, pode ter ‘wahtsaapado’ para alguém que dera empate sem passar números.
Tudo pode acontecer, quando se trata de pesquisas que mexer com interesses em período final de eleição.
O fato de alguém conhecer o resultado de apenas um dos institutos não se pode por tão em suspeita, em razão da semelhança dos percentuais com um outro. A não ser que os dois institutos tenham combinado o empate. As empresas de avaliação vivem disso e não podem contrariar a quem paga, mesmo que sejam provavelmente desvinculadas de um ou outro candidato.
A indústria de pesquisas eleitorais fatura alto, exatamente quando o pleito está quente e polarizado ao extremo. Aliás, esse clima favorece a preços altos.
Mais ainda vem muita coisa por aí. Cinco pesquisas serão divulgadas até domingo, dia 30, quando acontece a eleição. De institutos diversos e flutuantes, sem contar com o Ibope e o Única. Para não fugir da rotina, terá um debate no sábado, véspera da eleição, à noite, na TV Atalaia.
Tudo isso é artifício vulnerável à grana que pode descaminhar os resultados das urnas.
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